A dona de uma galinha de estimação descobriu um defeito congênito no animal e teve que desembolsar US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil) em uma cirurgia para salvá-la.
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Seleta Nothnagel, de 37 anos, comprou a galinha Blue Maran em uma loja de rações por cerca de US$ 12. Mas, ao invés de tratar ela como um pássaro de fazenda, Seleta a trata como um verdadeiro animal de estimação.
Além de vestir ela para os passeios, com um vestido forrado de coração e fralda combinando, Blue mora com Seleta dentro de sua casa em Wellington, no Colorado, e tem um lugar para dormir na mesa de cabeceira da dona. O pássaro de 2 quilos adora queijo, morango e melancia.
“Ela é incrível. Ela realmente gosta de ser abraçada. Ela simplesmente se deitava no meu colo, fechava os olhos e começava a ronronar e meio que derretia”, contou Seleta.
Mas em março, Blue não parecia ela mesma. Ela estava cansada, com falta de ar e não queria abraçar. “Ela não conseguia respirar. Foi assustador”, contou.
Ex-técnica veterinária, Seleta sabia que deveria agir de acordo com suas preocupações com a saúde de Blue. Ela levou Blue a vários veterinários para exames de sangue, raios-X, ultrassom e ecocardiogramas, tentando descobrir o que havia de errado com seu amado pássaro. Um veterinário achou que a galinha poderia ter câncer.
Eventualmente, Blue foi vista por veterinários no Hospital Veterinário da Universidade do Estado do Colorado em junho e novamente em outubro. Os especialistas da escola não detectaram nenhum câncer na ave, mas uma tomografia computadorizada revelou que Blue tinha um defeito cardíaco congênito.
Blue foi diagnosticada com persistência do canal arterial, um defeito que afeta o desenvolvimento do coração e dos vasos sanguíneos circundantes. A conexão entre os dois principais vasos sanguíneos que conduzem ao coração de Blue nunca se fechou, disse o cardiologista veterinário da galinha sobre o defeito, que acabou levando à dificuldade respiratória da ave.
Reparar esse defeito é um procedimento comum em crianças e agora rotineiro em cães e gatos, mas nunca foi feito em um pássaro, explicaram os veterinários a Seleta após o diagnóstico de Blue. A cirurgia era arriscada e cara, custando cerca de US$ 4 mil (aproximadamente R$ 21 mil).
Mas sem ele, Blue teria uma insuficiência cardíaca e morreria. “Ela é minha alma gêmea. Eu disse ao meu marido: ‘Se Blue não sobreviver, você pode muito bem cavar um buraco grande o suficiente para colocar nós dois nele’. Só não sei se não consigo lidar com a vida sem ela. Ela é simplesmente o pássaro mais legal”, contou ela à People.
Em 10 de novembro, o cardiologista veterinário Brian Scansen realizou o procedimento de 30 minutos na Blue. A cirurgia de coração aberto tradicional não funcionaria em uma galinha, ele explicou, uma vez que há bolsas de ar ao redor do coração. Porém, procedimentos menos invasivos funcionaram a seu favor.
Scansen colocou um cateter na veia do pescoço da ave para chegar ao coração. Ele implantou uma tela de arame através de um pequeno cateter que fez com que o vaso formasse um coágulo de sangue e fechasse o orifício.
“Nós chegamos exatamente onde precisávamos muito rápido. Ela não estava terrivelmente estável, sua frequência cardíaca estava irregular, sua pressão arterial caiu. Foi difícil por um tempo”, disse Scansen. Porém, 12 horas após a cirurgia, Blue estava andando, comendo e agindo de forma mais normal.
As contas do veterinário de Blue pelo procedimento bem-sucedido e as consultas médicas que levaram a ele totalizaram cerca de US$ 10 mil. Seleta tem seguro para animais de estimação para sua galinha para ajudar a pagar algumas das despesas, mas como Blue foi diagnosticada com um defeito cardíaco congênito, cerca de US$ 7.500 não são cobertos pelo seguro para animais de estimação.
“É muito dinheiro. Mas você faria isso pelos seus filhos, você faria pelo seu cachorro. Você nem piscaria se eu dissesse que gastei US$ 10 mil com meu cachorro para consertar o coração. Mas quando você diz que é uma galinha, as pessoas dizem: ‘Oh meu Deus, você gastou QUANTO em uma galinha? Você poderia simplesmente colocá-la em uma panela elétrica e ir buscar outra ou mandá-la para o acampamento do freezer'”.
Blue está de volta em casa. Agora que ela se recuperou, o pássaro voltou à sua personalidade que adora sair no jardim com Seleta e assistir documentários juntas lá dentro. “Eu totalmente faria isso de novo”, afirmou ela. “Você quer o melhor para seus animais de estimação. Ela é família.”